No primeiro jornal de 2020 gostava de contar uma história vivida no último Natal. Esta fase do ano deve ser essencialmente isso, histórias e partilha.
No dia 25 de dezembro, como nos anos anteriores, visitei o meu Tio Romeu e a Tia Judite. Mais que as prendas é o arroz doce que faço questão de comer e também as histórias que se contam. Este ano, há uma que gostaria de partilhar e que é muito atual.
Contou o Tio Romeu que quando tinha 11 anos foi estudar para Santarém e ia de autocarro. Pagava-se 25 tostões por cada. Até tive dificuldade em explicar aos meus filhos o quanto isto representava em euros. Adorei a história, algumas peripécias e as boleias.
Alguma vez era possível nos dias de hoje, um pai deixar um filho com 11 anos ir sozinho para Santarém estudar!? Não, era impossível.
Isto é o Natal. Tio, até para o ano quero outra história destas.
Também tinha prometido a mim mesmo e à Cecília que iria escrever algumas palavras sobre o meu amigo José Maurício. A rapidez exagerada com que vivemos a vida nos dias de hoje, focados sempre nos acontecimentos do imediato, não nos dão lucidez para agradecer a quem devemos e na altura certa. O Sr. José Maurício tinha sempre uma palavra amiga e um sorriso grande, tal como o seu tamanho. Era um um momento bom e que tinha sempre uma piada e uma palavra amiga. Sinto saudades dele …
Valter Madureira