Mercado continua a definhar. Fecha mais um espaço comercial

O Talho do Caniçais fechou, no Mercado Municipal de Almeirim, e passam a ser apenas três os espaços comerciais a funcionar, diariamente, no emblemático espaço da cidade. No final do ano vai fechar mais um espaço e ficarão apenas dois. 

Apesar das obras há muito prometidas para este espaço, a autarquia não aponta uma data para o início da requalificação, que irá receber comércio e serviços. 

Fábio Simões, que tem gerido o talho nos últimos anos é taxativo: “A fraca afluência de pessoas no mercado municipal e consequente quebra de vendas”, está na base da decisão. O empresário confessa-se “desiludido sim, mas triste não.”

Fábio descreve que “ainda antes do Covid chamaram os comerciantes do mercado para mostrar o grande projeto que tinham para o mesmo, três ou quatro anos depois, ainda esperamos por mais notícias, com a agravante de alguns dos comerciantes desistirem e outros que queriam tentar no mercado serem barrados por não aceitarem pessoas novas para lá”.

O gerente do talho aponta ainda o dedo à maioria socialista que gere a autarquia: “O presidente raramente, mas também não é a ele que cabe essa missão, já a vereadora do mercado fez uma visita ou outra sem sequer dirigir uma palavra a nós, comerciantes. Revelou sempre pouco ou nenhum interesse pelas pessoas, pelo Mercado”, acusa.

Para Fábio Simões, os empresários que têm trabalhado diariamente no mercado foram esquecidos e explica porquê. 

“Fomos abandonados e desprezados e dou um exemplo. A realização de um mercadinho de natal no Parque das Laranjeiras, quando temos um Mercado coberto, com estacionamento e mais condições, mas certamente outros valores serão mais importantes nessas decisões!”, confessa.

Fábio vai mudar a vida por completo, ficando triste porque diz ter entrado para o mercado com 21 anos e sai com 40 anos. “Mas comigo trago mais bagagem, mais amigos que são os meus clientes e fornecedores!”, acrescenta.

“Sendo dos poucos que está durante a semana, noto uma morte lenta de todos nós comerciantes. O mercado precisa de mais comerciantes, mais pessoas. O mercado tem que ser um local de convívio porque sempre assim o foi. Precisamos de obras, claro, mas acima de tudo de pessoas!”, diz em jeito de grito de revolta para quem fica.

Numa frase final deixa uma palavra: “Quero agradecer a todos os meus clientes que também se tornaram e vão continuar a ser amigos, agradeço por nunca terem desistido do mercado e de nós.”