Helena Fidalgo festeja, no dia 17 de abril de 2025, os 25 anos da ótica Vanessa. É uma história de aposta num setor que tinha pouca oferta, mas que cresceu muito no concelho. Helena evoluiu e modernizou-se e está pronta para continuar a marcar pela diferença.
Como surgiu, há 25 anos, a ideia de abrir uma casa de óculos?
Eu já trabalhava neste ramo desde os meus 23 anos. Comecei no Centro Óptico Ribatejano, onde aprendi muita coisa. Fiz formação na área e tirei um curso de Técnica de Óptica Ocular. Aos 32 anos, abri a minha própria loja. Era o ramo que eu gostava, que conhecia, onde me sentia completamente à vontade e, uma vez que surgiu a oportunidade, eu não a deixei passar. Até porque, raramente as oportunidades aparecem mais que uma vez. Achei que era o momento e apesar do medo inicial pela dimensão e, arrojo do projeto, meti mãos à obra e, olha… cá estamos passados 25 anos.
Onde foi o primeiro espaço?
O primeiro espaço da Óptica Vanessa foi exatamente onde estamos hoje. A loja sofreu algumas alterações, melhoramentos, atualizações, mas a localização manteve-se inalterada desde o início. Parque das Laranjeiras, n.º 32 em Almeirim.
Em Almeirim existiam muitos espaços do género?
Não, não! Antes pelo contrário. Na altura existiam apenas dois espaços e eu fui a terceira loja a abrir. Hoje em dia, temos uma oferta muito superior ao necessário no nosso concelho, mas há 25 anos não conseguíamos dar vazão às necessidades dos clientes.
Como correram estes 25 anos?
Como em qualquer outro negócio, tivemos altos e baixos. Havia alturas em que trabalhávamos quase de dia e de noite para conseguir fazer face aos nossos compromissos. Não era fácil porque fazíamos quase tudo manualmente, sem auxílio de máquinas. A Óptica Vanessa sempre primou pela qualidade e pela lealdade para com o cliente. Não podíamos deixar um cliente que fosse, à espera de óculos e a precisar deles. Por isso, às vezes, tínhamos que fazer esticar os dias. Outras vezes, também andamos aqui um pouco mais aflitos, porque por culpa de uma crise ou de uma pandemia ou de uma guerra sem nexo, as pessoas retraíram-se um pouco com os gastos, até mesmo nas necessidades básicas como, por exemplo, trocar de lentes nos períodos recomendados, deixando-se arrastar mesmo até à última. Nestas alturas, vinham mesmo só em caso de extrema necessidade. Este facto não lhes deu saúde nenhuma aos seus olhos, mas, contra factos não há argumentos. A alimentação estava primeiro que os cuidados de saúde e muita gente, até para a alimentação, teve dificuldade. E continuamos com esta preocupação! Mas, no geral, não nos podemos queixar muito. É óbvio que gostaríamos que fosse diferente, mas nem sempre é época de “vacas magras”. Temos que ter um grande “jogo de cintura” para conseguir gerir os tempos menos faustos. Dão uns dias para os outros.
Têm clientes que estão convosco também desde o início?
Há! isso temos. Felizmente conseguimos fidelizar clientes desde o início da Óptica Vanessa. Temos clientes que iniciaram aqui as consultas e a aquisição de óculos em criança e hoje são adultos e continuam a vir cá. Acredito que eles também possam vir pela simpatia do atendimento, e fazemos questão que cada cliente se sinta único. Achamos que isso é muito importante, mas só isso não basta. Eles vêm, principalmente, pela qualidade do serviço que apresentamos e pelo profissionalismo. A verdade é que o lado humano anda por aqui de mãos dadas e isso faz a diferença. Temos em cada cliente um amigo. Sabemos um pouquinho da vida de cada um e eles também sabem um pouquinho da nossa vida. Os nossos clientes são nossa família.
O que mudou no ramo?
Na área da óptica mudou muita coisa. A forma de trabalhar, a geometria das lentes, a evolução dos equipamentos, sei lá , tanta coisa. Até a exigência do cliente. Antes era tudo feito manualmente, agora temos a ajuda das máquinas. Tudo requer muita formação e muito cuidado. As diferenças são abismais. Há 25 anos atrás marcávamos uma lente progressiva manualmente, hoje essa marcação é feita por uma máquina o que diminui drasticamente as falhas e a adaptação ao progressivo. Antes, também a oferta, tanto em lentes quanto em armações, era muito menor. Por exemplo, havia aqueles óculos muito graduados a que na gíria chamamos “fundo de garrafa”. Hoje em dia, temos lentes muito mais leves que fazem exatamente o mesmo efeito ou melhor ainda e deixam as pessoas muito mais bonitas. Isso também é fator importante e marca a diferença entre os dias de hoje e os de há 25 anos.
E na Óptica Vanessa?
Também fomos mudando conforme a exigência das épocas. Não podemos parar no tempo! Temos que ir acompanhando a evolução. Isso obriga-nos a grandes investimentos, mas tem que ser! Se queremos dar ao nosso cliente um serviço de excelência temos que evoluir e estar também, permanentemente, em formação. Mudamos a imagem da casa, vamos atualizando equipamentos, rodeamo-nos dos melhores profissionais que estão extremamente bem preparados, trabalhamos com materiais de alta qualidade sempre com uma oferta muito variada e preços competitivos e tentamos ter sempre uma grande proximidade com quem nos procura.
Penso que já contou o porquê do nome, mas pode recordar?
Na verdade, não gosto muito de falar neste assunto porque me causa sempre um grande aperto no peito e vem ao de cima uma saudade imensa que me tortura. Quem me conhece sabe o significado do nome. Quem não me conhece, fica a saber que é uma homenagem à minha filha. Apenas isso!
A Helena usa óculos, isso ajuda a colocar-se na pele do cliente?
Ajuda bastante. Eu não uso óculos só porque fica bem a quem trabalha numa óptica usar. Uso mesmo por necessidade e isso faz-me entender melhor as dificuldades de quem tem problemas de visão. Não é só porque a óptica é o meu ganha pão que, por exemplo, ao fim de semana ou a um feriado, me disponibilizo para ajudar quem precisa. Nada me obriga a fazê-lo! Mas eu sei dar o valor ao transtorno de não conseguir ver em condições. Imagine se alguém parte os óculos a um sábado à noite e não consegue mesmo passar sem eles? jamais alguém vai ficar um domingo sem ver ou em grandes dificuldades só porque estamos de fim de semana. Às vezes não é possível resolver mesmo, pode surgir algum problema de danificação de uma lente, mas no caso de ser só a armação, só se eu estiver ausente e longe. Só se eu não conseguir mesmo de todas as formas e feitios ajudar. Nem ficava bem com a minha consciência! Isso é que havia de ser…uma criança ficar sem ver televisão ou sem brincar ou sem estudar por não ter óculos! Nunca! Jamais! Em tempo algum!
O que está a preparar para assinalar este aniversário?
Estamos a preparar uma mega promoção de 50% de desconto em armações e óculos de sol, de 14 a 30 de abril. Quem chegar à loja perceberá logo as ofertas e promoções, mas se ainda assim, houver alguém que não consiga perceber, nós avisamos! Queremos clientes felizes! Isso deixa-nos felizes também.
Como vão ser os próximos 25 anos?
Daqui a 25 anos?! Bom, nunca tinha pensado em mais 25 anos! Mas, sinceramente, espero já não estar atrás do balcão porque, nessa altura, estarei tão “crescida” que já devo precisar de ajuda até para andar, quanto mais para fazer atendimento. Mas também, muito sinceramente, gostaria que a Óptica Vanessa continuasse de portas abertas e se regesse pelas mesmas linhas orientadoras de hoje, com o mesmo empenho, profissionalismo e proximidade. Que continue a ajudar quem precise, que continue a não deixar uma criança sem apoio quando há forma de solucionar o problema, porque há sempre forma de contornar ou minimizar situações difíceis. Que continue a fazer programas de solidariedade e ajuda nacional e internacional sempre que possível e o possível é lutar para isso. Como se costuma dizer “poder é querer”.
Espero que daqui a 25 anos a Óptica Vanessa continue a marcar pela diferença. Estas têm sido as nossas linhas de orientação ao longo dos nossos 25 anos de existência e é isto que nos tem distinguido. Não somos melhores nem piores que ninguém. Somos diferentes e isso enche-me de orgulho.