Nos últimos tempos muito se tem dito e inventado acerca da tauromaquia, tornou-se um assunto polémico, dividiram-se opiniões e revelou ainda alguma hipocrisia por parte de senhores que nos (des)governam. De um lado uma nova classe social de indivíduos urbano-depressivos que se assumem defensores da liberdade mas que querem tirar a liberdade de outros, defendem os animais, mas que gostam de ter os seus cães e gatos bem trancados nos seus apartamentos, porque se saírem vão sujar as patinhas.
Do outro lado pessoas com uma cultura fortemente enraizada no campo, no culto do cavalo e do toiro, gerações inteiras de famílias que trabalham nas diversas áreas da tauromaquia porque caso não saibam não são só os toureiros que desta actividade fazem vida, a volta estão centenas de postos de trabalho, toiros estes criados no campo em liberdade com os melhores cuidados talvez até com mais cuidados que muitos animais dos ditos defensores, pessoas estas que no seu direito de assistir a uma corrida de toiros são insultadas, julgadas e até proibidas quer pela demolição de Praças de Toiros quer pela recente proposta de um partido de regulamentar a idade para assistir e participar em espectáculos tauromáquicos, um menor é um cidadão de pleno direito e se for do seu interesse assistir ou participar num espectáculo do género e acompanhado pelos pais ninguém tem o direito de o proibir ou limitar.
Recentemente a COVID-19 trouxe problemas graves ao sector das artes e espectáculos e a Tauromaquia não ficou de fora porque tal como qualquer artista também dependem do publico e o cancelamento de espectáculos afectou e muito o sector, a Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE) organizou um programa com a premissa “Manifestação pela Cultura” na qual participaram representantes da tauromaquia e que foram impedidos de falar por não fazerem parte do
programa, será que se esqueceram de propósito?
A liberdade de escolha cabe a todos e a cada um e nada pode proibir isso, A que aceitar que a cultura não pode ser censurada.
João Carlos Miranda
CDS Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 1 de dezembro de 2020