A 26 de abril, Coruche mergulha na memória de Abril com a presença de Fausto Giaccone, fotógrafo italiano que regressa ao território onde, em 1975, captou o pulsar da Reforma Agrária e da esperança popular. A exposição “O Povo em 1975”, patente no Museu Municipal até 31 de agosto, é inaugurada com uma conversa pública que reúne o autor, a investigadora Paula Godinho e Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche.
O programa do dia inclui ainda a exibição do documentário “Couço: A História na Arte”, sobre a criação do mural comemorativo no Couço, inspirado nas fotografias de Giaccone, cuja inauguração oficial decorre de seguida, com a presença de alguns dos retratados. A jornada encerra à noite com a projeção do filme “A Cor da Liberdade”, testemunho comovente da repressão e resistência ao regime fascista. Um dia inteiro dedicado às imagens que continuam a gritar Liberdade.
Foi com olhar forasteiro, mas espírito comprometido, que Fausto Giaccone fotografou o povo português em pleno Verão Quente de 1975. É esse olhar que agora regressa a Coruche, com a exposição “O Povo em 1975”, uma seleção de 41 fotografias captadas num único dia de ocupações no Couço, quando a Revolução dos Cravos saía dos quartéis para entrar nos campos.
Meio século depois, as imagens — algumas inéditas — voltam ao território onde nasceram, como testemunho vivo de um tempo em que a Liberdade se media pela esperança nos olhos e pela força dos gestos.
“O Povo em 1975” é mais do que uma exposição fotográfica — é uma devolução de memórias ao lugar onde aconteceram. No auge do processo revolucionário português, o fotógrafo italiano afastou-se das rotas mediáticas e rumou ao Couço, onde documentou o pulsar da Reforma Agrária e da ação coletiva. Numa única jornada, registou momentos de profunda humanidade, captando tanto a força dos grupos como a intensidade dos olhares. As imagens — a preto e branco e a cores — retratam tratores engalanados, assembleias populares e rostos marcados pela dignidade de quem fazia da utopia projeto de vida.
As fotografias ficaram guardadas durante cerca de uma década, até que Giaccone regressou a Portugal e procurou reencontrar os protagonistas das imagens. «As pessoas encontraram-se a si mesmas», revelou, descrevendo
o reencontro como o início de «uma nova história». Entre os retratados, destacou-se Joaquim Canejo, figura central do movimento de ocupações e amigo do fotógrafo até hoje.
A inauguração da exposição, organizada pela Câmara Municipal de Coruche em parceria com o Panteão Nacional, a Junta de Freguesia do Couço e os Museus e Monumentos de Portugal, é antecedida por uma conversa pública no Museu Municipal, com a presença de Fausto Giaccone, de Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, e da professora universitária e investigadora Paula Godinho, autora da obra “Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962)”, recentemente reeditada.
Segue-se a projeção do documentário “Couço: A História na Arte”, que mostra o processo criativo do mural de grande escala “O Povo em 1975”, assinado por Mariana Duarte Santos. Inspirado nas imagens de Giaccone, o mural foi pintado no Bairro 23 de junho, no Couço, e será visitado no próprio dia, com a presença de alguns dos protagonistas de 1975.
A jornada encerra à noite com a projeção do filme “A Cor da Liberdade”, de Júlio Pereira, no Auditório do Pavilhão Municipal. O documentário, centrado na história de José Pedro Soares — ex-preso político detido e torturado pela
PIDE —, oferece um retrato comovente da repressão e da resistência durante a ditadura. Após a exibição, haverá conversa com José Pedro Soares e com a produtora Filipa Patrício.
A exposição “O Povo em 1975” tem curadoria da equipa do Museu Municipal de Coruche, com coordenação de António Padeirinha, Ana Paiva e Dulce
Patarra, design de comunicação de João Morais e montagem a cargo da equipa do Museu. O catálogo da mostra inclui textos de Fausto Giaccone, Paula Godinho, Pedro Sobrado, Stefano Scaramuzzino e Santiago Macias.
Integrada nas comemorações dos 51 anos do 25 de Abril, esta é uma jornada cultural e cívica que marca mais uma vez Coruche como território de Liberdade e memória, onde a Revolução não se repete, continua.
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