Projeto de Dress a Girl de Almeirim e do Centro Paroquial ajudam crianças em perigo em África

No dia 10 de abril, Almeirim entregou, na sede da Organização Internacional – Dress a Girl, em Lisboa, 68 vestidos confecionados por utentes do Centro de Convívio do Paroquial de Almeirim e que têm como destino crianças carenciadas do continente africano.

A ONG americana foi fundada em 2009, trazida para Portugal em 2016 e chegou a Almeirim pela mão de Rosarinho Salavessa em 2017 que, conjuntamente com o Centro Paroquial, tem desenvolvido este projeto que é muito mais do que uma simples doação de uma peça de vestuário.

Como referiram Inês Carrilho, diretora técnica, e Verónica Lidónio, coordenadora do Centro de Convívio e do Centro de Apoio Domiciliário, as senhoras dos 60 aos 90 anos que frequentam os Centros de Convívio de Almeirim e Raposa têm vindo a confecionar estes vestidos e calções para estas crianças, numa parceria com a Dress a Girl de Almeirim.

A Dª. Tomásia Dias, do Centro da Raposa, com os seu 80 anos já fez mais de 100 vestidos e 27 calções. Tarefa que não é fácil, uma vez que há normas para a execução do vestuário. Ao mesmo tempo que, carinhosamente, expunha os vestidos sobre a mesa, ia desfiando as normas rígidas, “não pode ter branco, o decote é subido, tem de ter sempre mangas para cobrir os ombros e nunca nos podemos esquecer de coser a etiqueta do Dress a Girl, senão não são aprovados!”

Rosarinho Salavessa explicou que muitas destas crianças são muçulmanas, obedecendo a regras rígidas no vestuário. Por seu lado, a etiqueta pode salvar vidas porque é uma forma de indicar que uma criança é protegida por uma ONG, sobretudo, em zonas onde, muitas vezes, as meninas são vítimas de abusos.

Os vestidos são enviados de Portugal para os países de destino através da Força Aérea ou da TAP de forma gratuita. São entregues nas escolas na presença da mulher do embaixador/cônsul português destacado para esse país e por um elemento da Dress a Girl.

Os tecidos fazem falta para este projeto. O Rotary Club de Almeirim tem doado tecidos, às vezes, “as maravilhosas costureiras solidárias” compram, pode haver uma ou outra doação mas são precisos mais tecidos.

Um projeto solidário que faz muito mais do que colmatar carências: o carinho e o orgulho de quem faz um simples vestido com a esperança de dar um pouco de paz a meninas que já nasceram sem direito a ser criança.