Em Fazendas de Almeirim, o futebol sempre foi vivido de forma apaixonada. Para isso muito contribuíram figuras como o determinado José Francisco Ferreira, principal Rosto da fundação da filial n.º74, Sport Fazendas de Almeirim e Benfica, em 1949.
Empenhado em deixar uma obra digna de registo que servisse os propósitos para a qual foi criada deitou mãos á obra e, graças às suas qualidades de líder e à vontade um punhado de homens construiu-se em menos de dois meses o parque de jogos do jovem clube. Localizado num pinhal junto á entrada da povoação, o recinto possuía bilheteiras e esplêndidas cabines para os jogadores.
Assim que se soube que se ria a comitiva do Sport Lisboa e Benfica a inaugurar o novo recinto, foi crescendo a expectativa das gentes da terra. Para muitos seria a primeira vez que poderiam ver ao vivo uma equipa do sei clube do coração. No dia 18 de dezembro de 1949 uma caravana benfiquista composta por jogadores e diretores rumou a Fazendas de Almeirim.
Á sua chegada estrelejaram foguetes e de todos lados o povo ribatejano juntou-se á beira da estrada para saudar o Benfica. Á sua chegada estrelejaram foguetes e de todos lados os lados o povo ribatejano juntou-se á beira da estrada para saudar o Benfica.
A primeira paragem foi a escola primária, onde a comitiva encarnada foi recebida por Joaquim Gonçalves, figura prominente da região e benfiquista convicto, e por José Francisco Ferreira, presidente do novo clube. Seguiu-se alocução do professor primário Armindo Gomes, agradecendo a presença dos encarnados no ato comemorativo, vista como um poderoso estímulo às aspirações desportivas do Fazendas de Almeirim e Benfica. Encerrada a sessão, a caravana rumou ao novo parque de jogos iniciando-se assim o momento alto dos festejos. Perante uma assistência de cerca duas mil pessoas, a equipa dos encarnados disputou com os Ribatejanos uma animada partida de futebol.
Apesar da enérgica boa vontade dos homens do Fazendas de Almeirim e Benfica, foram batidos por 8-1 perante uma reserva benfiquista que apresentou uma clara superioridade técnica. No final da partida foi unânime a satisfação de adeptos pelo bom espetáculo ali proporcionado. Ao começo da noite, na sede do clube teve lugar um jantar de confraternização que reuniu cerca de duzentas pessoas. Nos brindes finais, em ambiente de elevado fervor benfiquista, Francisco Retorta aludiu aos valores do Benfica e ao seu sentido nitidamente popular, reafirmando ao novo clube todo o apoio necessário.
Artigo publicado originalmente no Jornal O Benfica